domingo, 27 de dezembro de 2009

Do Correio Braziliense - Como fiscalizar seu candidato

Sem ficha limpa, movimento orienta eleitor a pesquisar passado de políticos

Alessandra Mello

Publicação: 25/12/2009 08:36

A campanha pela aprovação do projeto que exige ficha limpa para todos os postulantes a um cargo público não acabou. O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) já traça os planos para 2010. A ideia é pressionar o Congresso Nacional a aprovar no próximo ano o projeto de lei de iniciativa popular. Mas como haverá eleição geral, em outubro, os integrantes da campanha alertam a população a ficar de olho no passado dos candidatos, utilizando-se de informações disponíveis especialmente na internet.

Enquanto o projeto não sai do papel e vira lei, o importante, diz o presidente da Associação Brasileira de Combate à Corrupção e a Impunidade, Caio Magri, é usar todos os recursos para levantar a ficha dos candidatos nas eleições de 2010. “Um dos grandes problemas do eleitor hoje em dia é ter acesso simples e direto à informações sobre os candidatos a cargos eletivos, principalmente para a população de baixa renda, que não tem internet, mora na zona rural ou nas periferias das cidades. Mas que tem acesso a essas informações não pode ficar de braços cruzados”, defende.

Segundo ele, há um roteiro com três passos importantes para avaliar o candidato. O primeiro é saber se ele é transparente em relação a quem financia sua campanha durante o período eleitoral, e não somente depois, o que é uma obrigação exigida pela Justiça Eleitoral. O segundo é tentar levantar o histórico da vida desse candidato, se ele tem processos, se já foi condenado. “Se estiver enrolado com a Justiça é mau sinal”, avalia Magri. O terceiro, diz ele, é saber se, no exercício de algum mandato, caso concorra à reeleição ou já tenha exercido cargo público, o candidato cumpriu as promessas feitas ao longo da campanha. “Antes de votar, pesquise seu candidato. Entre nas páginas dos tribunais, veja se ele tem processos, saiba quem foram os doadores nas eleições passadas, caso ele esteja disputando a reeleição, pesquise nas páginas dos jornais se ele apareceu em alguma denúncia de corrupção. Fique de olho no passivo e no passado”, alerta.

Votação

Mesmo em campanha para esclarecer a população e diante das barreiras impostas pelos parlamentares ao projeto, Magri é otimista em relação ao projeto de ficha limpa. A proposta proíbe que condenados em primeira instância por improbidade administrativa ou na área criminal disputem as eleições antes da sentença final. Segundo ele, também não foi fácil aprovar há dez anos a Lei nº 9.840, a primeira de iniciativa popular, que estabeleceu penas mais severas para a compra de voto. “A Lei nº 9.840 enfiamos goela abaixo, por isso é necessário que a gente mantenha a mobilização e principalmente a pressão sobre os deputados. A coleta de 1,5 milhão de assinaturas foi só o primeiro passo”, alertou.

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, que reúne cerca de 40 entidades — entre as quais a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) — reuniu inicialmente 1,3 milhão de assinaturas, o que representa 1% do eleitorado brasileiro, para apresentar o projeto. Mas a campanha ganhou força e superou em mais de 200 mil o número de apoios necessários. O Estado recordista em adesões foi Minas Gerais com 317.386, seguido de São Paulo com 213.460 e do Paraná com 182.705. Novas assinaturas foram entregues, além das que já tinham sido encaminhadas pelo movimento em setembro.

O objetivo da mobilização agora é pressionar os parlamentares a aprovar a proposta, tarefa nada fácil, já que cerca de 50% dos atuais congressistas estariam impedidos de concorrer se a Lei do Ficha Limpa já estivesse em vigor. Quem quiser, pode entrar em contato com os parlamentares, principalmente os líderes partidários, por e-mail, pedindo atenção ao projeto. A lista de contatos está disponível nos site da Câmara dos Deputados, onde a proposta está sendo analisada inicialmente.

O Congresso entrou em recesso esta semana sem ter pelo menos iniciado a discussão do projeto. O MCCE espera dialogar com os líderes para que o assunto entre na pauta e seja votado assim que o ano legislativo começar. A promessa do presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), é pôr o projeto em votação ainda em fevereiro.
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Antes de votar, pesquise seu candidato. Veja se ele tem processos. Fique de olho no passivo e no passado

Caio Magri, presidente da Associação Brasileira de Combate à Corrupção e à Impunidade
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Fontes de informação

Dicas de sites para ficar de olho nos candidatos e nos administradores públicos

www.portaltransparencia.gov.br
Permite consultar todos os convênios firmados pelas prefeituras e governos estaduais com a União. A consulta pode ser feita pelo nome do município ou pelo ministério. É possível consultar também recursos repassados para organizações não governamentais

www.cgu.gov.br
Nesta página é possível consultar os relatórios das fiscalizações de municípios feitas por sorteio. Os relatórios analisam todos os repasses da União para os municípios e apontam as irregularidades encontradas.

www.tse.jus.br
Na página do Tribunal Superior Eleitoral, pode-se consultar a prestação de contas de todos os candidatos desde as eleições de 2000. A página traz também a declaração de bens dos candidatos.

www.transparencia.org.br
Mantida pela ONG Transparência Brasil, o site traz o histórico dos parlamentares brasileiros no Congresso, nas assembleias, nas câmaras de capitais e também dados sobre os governadores. Relaciona reportagens sobre escândalos de corrupção. Ajuda a avaliar editais de licitação, contém dicas para montar uma ONG de transparência e controle social nos municípios e relatórios feitos pela ONG sobre o trabalho dos legislativos.

www.tcu.gov.br
Pelo portal do Tribunal de Contas da União, é possível pesquisar todos os citados nos processos em tramitação. Pode-se verificar se autoridades ou empresas públicas são alvo de questionamentos e investigações sobre mau uso de recursos públicos.

www.contasabertas.uol.com.br
Faz o acompanhamento dos gastos públicos de todos os poderes da União. O portal oferece cursos online gratuitos sobre execução orçamentária e disponibiliza dados das transferências feitas pela União para estados, municípios, ONGs, fundações e autarquias.

www.sigabrasil.gov.br
É um sistema de informações que permite a qualquer indivíduo, por meio da internet, acesso amplo a diversas bases de dados sobre planos e orçamentos públicos federais. Reúne dados do Sistema de Administração Financeira Integrada (Siafi) e oferece uma ferramenta simples para elaboração de consultas.

http://vlex.com
Por meio desse site é possível localizar os acórdãos (decisões judiciais) relativos a processos já publicados em todas as instâncias da Justiça brasileira. É preciso apenas o nome completo da pessoa pesquisada.

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2009/12/25/politica,i=162851/COMO+FISCALIZAR+SEU+CANDIDATO.shtml

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Do site Terra - Projeto ficha limpa deve ter resistência no STF e Congresso

20 de dezembro de 2009 • 01h57

JB Online

Se o Congresso aprovasse o projeto de lei complementar de iniciativa popular (PLC 518/09) que - ao ampliar os casos de inelegibilidade previstos na LC 64/90 - veda o registro de candidatos que "tiverem contra si denúncia recebida por órgão judicial colegiado (como o STF)" por crimes considerados graves, como os contra a administração pública, o patrimônio público e de lavagem de dinheiro diversos políticos já não conseguiriam concorrer ao pleito em novembro de 2010. Os representantes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) prometem pressionar os congressistas assim que recesso terminar, em 15 de fevereiro, mas já preveem tanto no legislativo como no judiciário.

Representante da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo no MCCE, Luciano Santos diz que "o nosso sentimento é de expectativa, apesar das dificuldades que temos pela frente, no próprio Parlamento e no Judiciário". Ele até admite que seja muito difícil "passar" o dispositivo do PLC 518 que torna inelegíveis os que forem condenados em primeira instância, mas tem esperança na vedação de acesso a cargos eletivos por quem é réu em processo criminal, com denúncia recebida por tribunal.

Congressistas envolvidos em casos de corrupção e os parlamentares processados na ação penal do mensalão, entre os quais os paulistas José Genoino, ex-presidente do PT, e João Paulo Cunha (PT), ex-presidente da Câmara, seriam inelegíveis se o projeto de lei complementar estivesse em vigor, assim como os ex-deputados que foram cassados ou renunciaram a seus mandatos em consequência de seu envolvimento no escândalo do mensalão, em 2005 - como José Dirceu (PT-SP), Roberto Jefferson (PTB-RJ) e José Borba (PMDB-PR) - não poderiam, também, candidatar-se no próximo pleito nacional.

Na última sessão plenária do ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou - embora pelo apertado placar de 6 a 5 e com a proclamação do resultado adiada, em virtude de mais um desentendimento entre ministros - a denúncia do Ministério Público Federal contra o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), que será réu em ação penal, por suposto crime contra o sistema financeiro. No início do mês, por 5 votos a 3, também passou à mesma condição, naquele foro privilegiado, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), acusado de peculato e lavagem de dinheiro quando de sua frustrada campanha de recondução ao governo de Minas, em 1998.

Neste ano, o STF recebeu ainda denúncias do MPF contra seis deputados federais, por crimes de apropriação indébita de contribuições previdenciárias, peculato, tráfico de influência e até de atentado violento ao pudor. Na primeira tipificação foram enquadrados Edmar Moreira (PR-MG) - que erigiu e ocultou do Fisco um castelo avaliado em R$ 25 milhões, e foi absolvido pela Câmara no processo político de perda do mandato por quebra de decoro - e José Fuscaldi Cesílio, o Tatico (PTB-GO). Wladimir Costa (PMDB-PA) e Sérgio Petecão (PMN-AC) agora respondem a ações penais por peculato. Maurício Trindade (PR-BA) é acusado de tráfico de influência. O processo contra Gervásio Silva (PSDB-SC), por atentado ao pudor, corre em segredo de justiça.

Expectativa
Os dirigentes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) - que promove a "Campanha Ficha Limpa" e obteve mais de 1 milhão de assinaturas necessárias para protocolar o projeto de lei de iniciativa popular na Câmara dos Deputados - vão reiniciar a pressão sobre os congressistas assim que terminar o recesso do Congresso, em 15 de fevereiro.

"Quem tem direito a foro privilegiado já é um privilegiado", diz o advogado Luciano Santos. "Para que uma denúncia seja aceita em foro privilegiado, como o Supremo ou o Superior Tribunal de Justiça, é preciso que sejam muito robustas as provas apresentadas pelo Ministério Público. A inelegibilidade nesse caso é um medida preventiva, em conformidade com o artigo 14 da Constituição, segundo o qual "outros casos de inelegibilidade" serão estabelecidos em lei complementar, para "proteger a improbidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato", disse.

Ainda de acordo com o integrante do MCCE, há tempo, sim, para que o Congresso aprove a lei complementar antes de julho do próximo ano, quando tem início o registro das candidaturas. Ele alega que esse tipo de lei (casos de inelegibilidades) não "altera o processo eleitoral propriamente dito", e pode ser promulgada no próprio ano do pleito, como ocorreu com a atual Lei de Inelegibilidade (LC 64/90), que data de maio de 1990 (ano eleitoral).

Os dirigentes da Campanha Ficha Limpa sabem, contudo, que, além de não ser nada fácil conseguir a maioria absoluta (metade mais um) para aprovar o PLC 518/09 no Congresso, o STF teria - ao ser provocado - que "flexibilizar" o entendimento fixado, no ano passado, quando julgou uma arguição de descumprimento de preceito fundamental (Adpf) ajuizada pela Associação dos Magistrados Brasileiros. Naquela ocasião, por 9 votos a 2, o plenário do tribunal decidiu que a Justiça eleitoral não pode negar registro a candidato que seja réu em processo criminal ou de improbidade administrativa, sem que a sentença tenha "transitado em julgado".

O MCCE defende a constitucionalidade do seu projeto com base no argumento de que a não exigência do trânsito em julgado da condenação não viola a garantia da presunção de inocência, que estaria adstrita ao campo do direito penal - na linha dos votos vencidos dos ministros Ayres Britto e Joaquim Barbosa, naquele julgamento em que não estava em causa uma "lei concreta".

O ministro-relator da ação da AMB, Celso de Mello, fulminou a tese dos que insistiam na obrigatoriedade de "fichas limpas" para os candidatos. No entanto, comentou, à margem do julgamento, que "a vida pregressa do candidato não deve ser objeto de segredo", e apoiou a difusão - por entidades como as que compõem o MCCE - de listas de candidatos que respondem a processos. A seu ver, "o princípio da publicidade pode coexistir com o da não culpabilidade".

Fonte: http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4167584-EI306,00-Projeto+ficha+limpa+deve+ter+resistencia+no+STF+e+Congresso.html
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sábado, 19 de dezembro de 2009

Artigo do advogado Lúcio Palma - Candidato "ficha limpa": o Brasil merece

Candidato “ficha limpa” eleições 2008 - O Brasil merece

Lúcio Palma*

O Brasil é um país atípico dentro do contexto de grandes nações. De dimensões invejáveis, possui vasta área territorial e riquezas de toda ordem. Seu solo, dos mais férteis, propicia alimentos de toda natureza. Pode-se afirmar seguramente que se trata de um país extremamente privilegiado, que não sofre sequer os efeitos de grandes catástrofes como temos presenciado na atualidade. Possui clima perfeito definido em suas estações.

O povo, por sua vez, alegre e receptivo, apresenta ingenuidade acentuada muitas vezes sofrido na sua bondade e humildade. Acreditando em dias melhores confia no semelhante e, quando ludibriado, esquece com certa facilidade os malefícios que lhes são dirigidos. Entretanto, com todos esses atributos é um país de discrepâncias. Possui um dos menores índices de crescimento econômico e um dos maiores índices de corrupção, figurando em lista entre os 10 países em que mais se presencia esta prática. Levando-se em consideração as riquezas acima descritas, apresenta de forma gritante um dos maiores índices de desigualdade social, constituindo verdadeiro abismo.

Há décadas, vê-se mergulhado numa profunda crise política, manipulado que tem sido por seus governantes e representantes eleitos pela via indireta. Não são poucos os casos de desvio de conduta, de verbas do Erário e de tantos outros escândalos e abusos que diariamente invadem nossos lares através dos meios de comunicação.
Quase não se vê oxigenação nas duas grandes casas legislativas...

Leia o texto na íntegra em http://docs.google.com/View?id=dgx3c728_116gtsxwmf8
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*Lúcio Palma da Fonseca - Advogado em São Paulo, Mestre em Direito das Relações Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
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Da TV Estadão: Advogado propõe tarja na TV para político ficha suja

Em entrevista a Guilherme Scarance, Lúcio Palma defende exposição de candidatos investigados e aposta que bandeira da ética ficará em segundo plano em 2010.

Parte 1:



Parte2:


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Pressão para aprovação do PLP 518/09 será a principal meta de 2010

sex, 18/12/2009 - 14:45 — MCCE

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) encerra as atividades de 2009 com a expectativa de que em fevereiro de 2010 o PLP 518/09 da Ficha Limpa seja levado ao plenário da Câmara dos Deputados para votação. De acordo com o presidente da Casa, Michel Temer, em reunião com membros do MCCE em 9 de dezembro, houve tentativas de discutir o projeto neste ano, mas os líderes partidários não tomaram decisão sobre a entrada do PLP na pauta de plenário até 15 de dezembro.

Durante todo o ano de 2009, o MCCE desenvolveu ações para tornar a entrega do projeto de lei de iniciativa popular possível, além de pressionar para que o PLP fosse discutido no Congresso Nacional, com a participação da sociedade. Centenas de ações de coleta de assinaturas pelo país, atos públicos, mobilizações e a intensa participação dos meios de comunicação marcaram a Campanha Ficha Limpa em 2009. Até o dia 9 de dezembro, já eram mais de 1,5 milhão de assinaturas enviadas por todo o país.

As primeiras 1,3 milhão de assinaturas foram entregues no dia 29 de setembro no Congresso Nacional, juntamente com o projeto de lei de iniciativa popular. Este era o número exigido para que o PL desse entrada na Câmara dos Deputados. Mesmo depois da entrega oficial, o MCCE continuou recebendo assinaturas, o que justifica o excedente de adesões, além de mostrar o envolvimento de eleitores e eleitoras de todo o Brasil com a iniciativa.

Em 2010, os esforços serão voltados para a mobilização dos líderes partidários em relação ao Projeto da Ficha Limpa. Além do esforço para que o projeto seja apreciado e aprovado na Câmara dos Deputados, o MCCE lançará uma nova campanha, intitulada “Voto não tem preço. Saúde é seu direito”, com o objetivo de esclarecer os eleitores sobre a garantia de serviços essenciais de saúde, muitas vezes usados como moeda de troca nos períodos eleitorais. Para isso, os 299 Comitês 9840 do MCCE receberão uma cartilha tratando exclusivamente sobre o tema. Nela, serão esclarecidos os direitos já garantidos por lei e como proceder em caso de intimidação na hora de procurar um serviço de saúde.

Fonte: Assessoria de Comunicação do MCCE
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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

MCCE divulga balanço de assinaturas da Campanha Ficha Limpa

qua, 16/12/2009 - 14:41 — MCCE

O Movimento de Combate à Corrupção (MCCE) recebeu mais de 1,5 milhão de assinaturas de adesão ao projeto de lei de iniciativa popular da Campanha Ficha Limpa até o dia 09 de dezembro, Dia Mundial de Combate à Corrupção. As assinaturas foram entregues, em dois momentos, ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, no dia 29 de setembro, quando o projeto deu entrada na casa, e no dia 09 de dezembro, marcado por ações do MCCE de apoio ao PL no Congresso Nacional.

Ao ultrapassar o mínimo de assinaturas exigidas pela Constituição, 1% do eleitorado brasileiro ou 1,3 milhão de adesões, a Campanha Ficha Limpa mostrou a força da iniciativa e a vontade da sociedade de fazer mudanças no cenário político. O Estado com maior número de assinaturas foi Minas Gerais com 317.386, seguido de São Paulo com 213.460 e Paraná com 182.705 (acompanhe a seguir o balanço por Estado).

De acordo com Michel Temer, durante encontro com membros do MCCE semana no dia 9 de dezembro na Câmara, o PLP 518/09 deverá entrar na pauta da Casa em fevereiro de 2010. O Congresso entra em recesso em dezembro sem ter pelo menos iniciado a discussão do Projeto. O MCCE espera dialogar com os líderes partidários para que o assunto entre na pauta e seja votado assim que o ano legislativo começar.

Enquanto isso, a Campanha Ficha Limpa continua. Quem quiser colaborar pode entrar em contato com os parlamentares, principalmente os líderes partidários, por e-mail, pedindo atenção ao PLP, e imprimir dois modelos de adesivos disponíveis no site do MCCE. Na mesma página, os interessados podem acompanhar as notícias sobre a tramitação do projeto.

Total de assinaturas coletadas na Campanha Ficha Limpa:


Fonte: MCCE/Canção Nova
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domingo, 13 de dezembro de 2009

Declaração da CNBB - Basta de corrupção!

P – Nº 0883/09
BASTA DE CORRUPÇÃO!

"Não sabem viver com honestidade;
com extorsão e exploração acumulam riquezas em suas casas"(cf. Amós 3,10).

Nós, bispos membros do Conselho Episcopal de Pastoral (CONSEP), reunidos em Brasília, na sede da CNBB, em 10 de dezembro de 2009, em vista de nossa missão de promover a ética e a fraternidade no concerto social, exigimos que seja dado um basta à vergonhosa situação de corrupção em nosso país.

O Dia Mundial de Luta contra a Corrupção, comemorado ontem, nos faz olhar para o Brasil, onde grande número de cidadãos eleitores tem sido traído por aqueles que foram eleitos, dadas as suas atitudes ilícitas no trato da coisa pública. Nas esferas nacional, estadual e municipal, bem como nas três instâncias dos poderes do Estado Brasileiro, os Executivos, Legislativos e Judiciários, o que temos continuamente são as escandalosas situações de corrupção, como se vê hoje no Distrito Federal, em que agentes públicos, eleitos para promover o bem comum, são descobertos repartindo o fruto de seu crime. Causa-nos repulsa ainda mais quando tais pessoas unem-se numa blasfêmia em forma de oração como a pedir que Deus lhes seja companheiro no roubo praticado.

A consciência cidadã não permite calar e deixar a corrupção corroer e minar as estruturas sociais. A impunidade causa desânimo e ao mesmo tempo torna-se agente provocador de grandes injustiças. Por isso mesmo, consideramos pertinente toda manifestação dessa mesma consciência, desde que feita na ordem e no respeito ao patrimônio público, e repudiamos qualquer violência do Estado sobre ela.

Os que buscam o exercício de cargos públicos, eleitos ou não, devem fazê-lo com uma profunda consciência cidadã, para a qual o exercício do poder, qualquer que seja, deve se traduzir num real serviço ao bem comum. A corrupção deturpa a democracia que tem no povo o princípio do Poder. E não nos esqueçamos dos que promovem os atos de corrupção através do poder econômico. Daí se exigirem providências enérgicas, medidas saneadoras, e uma legislação que puna exemplarmente todos os implicados em tais atos. Como nos diz o profeta, "sem punição não te posso deixar" (Jr 16,28).

Para acabar com a impunidade, uma das ações eficazes é o aprimoramento da legislação. E o momento presente pede urgência! Por isso mesmo, lembramos os mais de 1.500.000 eleitores que protocolaram no Congresso Nacional o Projeto de Lei popularmente denominado "Ficha Limpa". Através deste exigem a mudança na legislação a fim de que seja impossibilitada a eleição dos condenados em primeira instância por crimes graves, e de tornar inelegível a quem renuncia ao cargo para não ser cassado. Insistimos na urgência para a votação do citado Projeto de Lei pelo Congresso.

Rogamos a Deus que ilumine os políticos para que sejam fiéis ao mandato, na firmeza da atuação pela causa do bem comum, a serviço da Nação brasileira.

Brasília-DF, 10 de dezembro de 2009

Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
Vice-Presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário-Geral da CNBB
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Campanha Ficha Limpa no Facebook

Pessoal, a cada dia que passa aumenta a necessidade de organizarmos uma ação cívica de firme incidência sobre o Congresso Nacional para que ele finalmente coloque na pauta o Projeto de Lei Ficha Limpa. Não há outro caminho para isso senão a mobilização. Este grupo no Facebook faz parte dessa missão. Poderemos, logo no início de 2010, lançar uma campanha de busca de adesões na Internet.

Por isso desde logo peço a todos os membros dessa comunidade que convidem os seus amigos e participantes de outras listas e comunidades para ingressarem no grupo da Campanha Ficha Limpa no Facebook.

O endereço eletrônico é http://www.facebook.com/home.php?ref=logo#/group.php?gid=91633340771&ref=ts.

Abraços

Márlon Reis
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Relatório Global de Corrupção 2009 da Transparência Internacional é lançado em português no Seminário Nacional da Abracci

Corrupção no setor privado prejudica sociedade e custa bilhões para as empresas. É o que demonstra o novo relatório da Transparência Internacional, que teve sua versão em português apresentada no Seminário da Abracci, em Brasília.

De acordo com o relatório, a corrupção no setor privado, resultante de suborno, cartéis empresariais e influência indevida sobre a política pública custa bilhões e obstrui o caminho para um crescimento econômico sustentável. O lançamento da versão em português do Global Corruption Report 2009 (GCR), com o título Relatório Global de Corrupção 2009: a Corrupção e o Setor Privado, aconteceu no dia 9 de dezembro, durante o seminário da Abracci “Superando a Cultura da Corrupção”, em Brasília.

O material mostra como as práticas corruptas constituem uma força destrutiva que prejudica a concorrência leal, sufoca o crescimento econômico e prejudica a própria empresa. Nos últimos dois anos, as empresas tiveram que pagar bilhões em multas devido a práticas corruptas.

Apenas em países em desenvolvimento, empresas em conluio com políticos corruptos e funcionários do governo têm fornecido suborno estimado em até 40 bilhões de euros anuais, de acordo com o GCR. E o custo estende-se a uma perda de confiança entre os clientes, bem como entre parceiros de negócio.

A pesquisa mostra também que metade dos executivos de negócios internacionais consultados estima que a corrupção aumente os custos de projetos em pelo menos 10%. Em última análise, são os cidadãos que pagam: os consumidores ao redor do mundo pagam aproximadamente 300 bilhões de dólares a mais em produtos, por conta de quase 300 cartéis internacionais descobertos entre 1990 a 2005.

Entretanto, integridade corporativa é muito mais do que ganhos sustentáveis ou retornos sobre investimentos. Desde a escassez de água a condições de trabalho exploradoras, medicamentos inseguros ou construções ilegais, a corrupção pode trazer danos irreversíveis à sociedade como um todo. “Por isso, o setor privado tem um papel crucial a desempenhar, operando com transparência e responsabilidade. O caso da Bovespa é citado no relatório como exemplo de boas práticas nesse sentido”, afirma Caio Magri, assessor de políticas públicas do Instituto Ethos, respondendo também pela secretaria executiva da Abracci.

Para acessar a íntegra do relatório, clique aqui.

Sobre o Relatório Global de Corrupção: No Relatório Global de Corrupção 2009, da Transparency International, especialistas do mundo todo examinam as conseqüências da corrupção. A edição deste ano enfoca especificamente a questão da corrupção no setor privado. O relatório foi traduzido para o português e lançado no Brasil com apoio da Fundação AVINA e do Instituto Ethos.

Sobre a Abracci: A Articulação Brasileira contra a Corrupção e a Impunidade (Abracci) teve início em 2009 e congrega um conjunto de organizações da sociedade civil no intuito de provocar uma forte tomada de consciência por parte da sociedade como um todo, promovendo práticas de combate à corrupção e à impunidade.

Fonte: ABRACCI - http://abracci.ning.com/forum/topic/show?id=3429899%3ATopic%3A1660&xgs=1&xg_source=msg_share_topic
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Jorge Hage convoca conferência nacional contra a corrupção, com apoio de Luiz Dulci, no encerramento do Seminário Nacional da Abracci

A declaração do ministro fechou o seminário “Superando a Cultura da Corrupção”, em resposta à moção de apoio da Abracci (ver abaixo), que congrega instituições da sociedade civil em um movimento nacional contra a corrupção e a impunidade.

Grande parte das instituições filiadas à Articulação Brasileira contra a Corrupção e a Impunidade (Abracci) esteve reunida em Brasília, nos dias 9 e 10 de dezembro, para buscar novas perspectivas e saídas para o problema da corrupção no Brasil. O principal resultado do evento foi a convocação, por parte do ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, com apoio da Secretaria-Geral da Presidência da República, comandada pelo ministro Luiz Dulci, para a 1ª. Conferência Nacional pela Transparência, Controle Social e contra a Corrupção, que deverá acontecer em 2010.

De acordo com a Abracci, o processo de uma conferência nacional abre a oportunidade para a construção de políticas públicas, a partir da participação democrática dos cidadãos, fortalecendo as relações e princípios federativos. Processo esse que, ao contemplar necessariamente a realização de conferências municipais e estaduais, empodera as articulações da sociedade civil e compromete os diferentes níveis de governo.

“Se conseguirmos avançar nesse sentido, será um grande passo para o país. Esse é o objetivo do movimento liderado pela Abracci em 2009, que sem dúvida receberá ainda mais força em 2010, com a realização de uma conferência nacional nesse sentido”, afirma Caio Magri, assessor de políticas públicas do Instituto Ethos, que responde também pela secretaria executiva da Abracci.

Outros dois aspectos foram bastante discutidos no seminário: o papel da educação e também de uma mídia independente na superação da cultura da corrupção.

Dentre os palestrantes convidados do seminário estava Bruno Speck, da ONG Transparência Internacional, que sugere alguns passos para diminuir a corrupção: estabelecer tetos para gastos em campanhas eleitorais, combinar financiamentos públicos e privados nas campanhas e a participação de partidos e cidadãos nas decisões sobre a distribuição de fundos públicos.

“O modelo híbrido de financiamento público ou privado das campanhas tem potencial de quebrar o impasse atual da reforma, que promete tudo, mas nunca anda. O sistema de financiamento público cidadão devolveria à população a capacidade de influir sobre o processo representativo, papel que há muito perdeu para o setor privado”, afirma Speck.
Paula Martins, da ONG Artigo 19, e Veet Vivarta, da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi), trouxeram um amplo panorama da comunicação e da disseminação de informações na mídia brasileira, ressaltando o papel da imprensa no combate à corrupção. Foi levantada a importância da liberdade de imprensa e a responsabilidade dos profissionais de mídia e também foi lembrado que a população deve sempre estar atenta e ter uma visão crítica com relação ao que é veiculado na imprensa.

Também participaram do evento Fábio Oliva, da Associação dos Amigos de Januária, Bo Mathiasen, diretor do escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) para o Brasil e Cone Sul, José Antônio Moroni, do Instituto de Estudos Socioeconômicos, Lígia Pavan Baptista, professora de ética na administração pública, da Universidade de Brasília, Rita Biason, doutora na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Oded Grajew, presidente emérito do Instituto Ethos e membro do seu conselho deliberativo, Chico Whitaker, da Comissão Brasileira de Justiça e Paz, Moisés Rabinovici, diretor do Museu da Corrupção, Jorge Donizeti Sanchez, da ONG Amarribo, Marisa Seoane Rio Resende, do GT de Empresas pela Integridade e contra a Corrupção, Arimatéia Dantas, do movimento Força-Tarefa Piauí, e Marlon Reis, do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral.

Moção de apoio à Convocação da Conferência Nacional pela Transparência, Controle Social e contra a Corrupção


Em setembro de 2009, o Seminário Nacional de Controle Social realizado em Brasília pela Controladoria Geral da União, propôs a realização de uma Conferência Nacional pela Transparência, Controle Social e contra a Corrupção.

Entendemos que o processo de uma conferência nacional abre a oportunidade para a construção de políticas públicas, a partir da participação democrática dos cidadãos, fortalecendo as relações e princípios federativos. Processo esse que, ao contemplar necessariamente a realização de conferências municipais e estaduais, empodera as articulações da sociedade civil e compromete os diferentes níveis de governo.

Nos últimos anos aconteceram bem-sucedidas conferências nacionais, convocadas pelo governo federal, sinalizando claramente que a sociedade brasileira está amadurecida também para ser protagonista na construção de políticas públicas de transparência e controle social.

Sabemos que o processo para a realização de uma conferencia nacional é longo e exige comprometimento de setores governamentais e da sociedade civil, planejamento e estratégias para envolver todos os entes federativos e os recursos públicos necessários para garantir a efetividade e a participação democrática da sociedade.

Nesse sentido, a Articulação Brasileira Contra a Corrupção e a Impunidade (Abracci) e os participantes do Seminário Nacional “Superando a Cultura da Corrupção” vêm manifestar seu apoio e compromisso com a mobilização da sociedade civil para a realização da 1ª. Conferência Nacional pela Transparência, Controle Social e contra a Corrupção.

Brasília, 10 de dezembro de 2009.

Fonte: ABRACCI - http://abracci.ning.com/forum/topic/show?id=3429899%3ATopic%3A1662&xgs=1&xg_source=msg_share_topic
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Da Agência Brasil - Câmara recebe assinaturas de apoio ao projeto Ficha Limpa

DIA DE COMBATE À CORRUPÇÃO

Agência Brasil - 09/12/2009 - 13h27

No Dia Internacional de Combate à Corrupção, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), recebe nesta quarta-feira (9/12) mais 200 mil assinaturas de apoio ao projeto que proíbe a candidatura de pessoas com condenações em primeira instância – o chamado Ficha Limpa.
As novas assinaturas serão anexadas às mais de 1,3 milhão já entregues à Câmara. São de eleitores de todo o país que apoiam o projeto, pronto para ser votado em plenário na Câmara.

O movimento Articulação Brasileira Contra a Corrupção e a Impunidade levou ao Congresso representantes de várias partes do Brasil para pressionar Temer a colocar o projeto em votação ainda neste ano. “Isso vai representar, para o Brasil, toda uma revolução. Nossa preocupação não é só com o Congresso Nacional, são as milhares de assembleias legislativas que estão sendo assumidas por criminosos”, disse Carmem Amaral, uma das integrantes do movimento.

A votação do projeto foi adiada para o ano que vem. Michel Temer alega que este ano a pauta está ocupada com a votação do Orçamento e dos projetos do pré-sal. A explicação não convenceu os manifestantes que, com faixas, fizeram pressão.

“O pré-sal pode esperar. A ficha limpa não”, disse Luciano Santos, que veio de São Paulo para participar.

Além dos integrantes do movimento em favor do Ficha Limpa, Temer deve receber uma relação de 14 propostas sobre combate à corrupção que estão prontas para serem votadas em plenário. O levantamento foi feito pela Frente Parlamentar de Combate à Corrupção juntamente com o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral.
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Do site da Câmara - Manifestantes pedem apoio ao projeto da ficha limpa

09/12/2009 17:48

Rodolfo Stuckert

Na mobilização desta quarta-feira, houve discursos e visitas a gabinetes de parlamentares.
Parlamentares de diversos partidos e entidades da sociedade civil promoveram nesta quarta-feira, na Câmara, uma manifestação em defesa do projeto da “ficha limpa” (PLP 518/09) e de outras 13 propostas contra a corrupção que já estão prontas para análise pelo Plenário. O PLP 518/09 impede o registro das candidaturas de pessoas condenadas em primeira ou única instância ou com denúncia recebida por um tribunal em virtude de crimes de desvio de verbas públicas, homicídio, estupro, racismo e tráfico de drogas.

Os manifestantes entregaram, ao presidente Michel Temer, um documento que já conta com 1,5 milhão de assinaturas em apoio a esse projeto. O deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE), um dos coordenadores da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção, lembrou que Temer tentou colocar a proposta em votação, mas não teve o apoio dos líderes partidários e prometeu levar o assunto novamente para discussão em fevereiro.

De acordo com Santiago, a sociedade precisa se mobilizar para que o projeto entre na pauta da Câmara. Temer ressaltou que as propostas de combate à corrupção têm utilidade para o sistema político e eleitoral, mas advertiu que é preciso haver cautela para evitar decisões e acusações infundadas.

Simpatia

O 1º vice-presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), também recebeu os manifestantes. Ele declarou que vai contribuir para o debate do projeto da ficha limpa, mas disse que será difícil colocar o assunto na pauta deste ano, pois os trabalhos legislativos estão no fim e há temas complexos em discussão, como o marco regulatório do pré-sal e o Orçamento de 2010.

"Há a simpatia de muitos parlamentares para o projeto, mas também há muitas dúvidas, como, por exemplo, o risco de candidaturas serem prejudicadas por pendências judiciais sem relevância ou por perseguições políticas regionais", explicou Marco Maia. "Se houver um bom trabalho de esclarecimento sobre os principais pontos da proposta e disposição para realizar ajustes que não firam a essência do projeto, haverá uma possibilidade, sim, muito grande de o tema vir a ser colocado em pauta logo no início de 2010", previu o deputado.

Entidades

A manifestação de hoje coincidiu com o Dia Mundial de Combate à Corrupção, 9 de dezembro, e teve a participação de entidades como a Associação dos Magistrados do Brasil, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação dos Juízes Federais e o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral.

Íntegra da proposta: PLP-518/2009
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Do Jornal do Brasil - Corrupção: governo anuncia projeto igual ao da oposição, há 2 anos

Luciana Abade, Jornal do Brasil

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou quarta-feira, Dia Internacional Contra a Corrupção, que encaminhará ao Congresso Nacional um projeto de lei que torna hediondos crimes de corrupção cometido por autoridades de alto escalão, sejam elas da administração pública federal, estadual ou municipal. Com isso, passarão a ser considerados crimes hediondos, logo, inafiançáveis, práticas como corrupção ativa, passiva, concussão e o peculato. O projeto do presidente se somará a cerca de 60 proposições que tramitam no Congresso – a mais antiga é de 1993 – e que tentam, de alguma forma, tornar mais rígida a punição de corruptos.

A proposta de Lula não traz em si nenhuma novidade. Em 2007, o deputado Humberto Souto (PPS-MG) apresentou na Câmara dos Deputados o PL 1368 que torna o crime de corrupção hediondo. Ou seja, inafiançável, sem direito a indulto ou progressão de regime. Além do livramento condicional só passar a valer após o cumprimento de dois terços da pena.

Souto acredita que Lula anunciou o projeto porque não tinha conhecimento da existência do texto de sua autoria, já aprovado na Comissão de Segurança Pública.

– Qualquer iniciativa de um presidente que procura acabar com essa mancha na administração pública deve ser elogiada – diz o deputado.

Para outros parlamentares, se não inovar, o PL de Lula será só mais um em uma mar de propostas emperradas:

– Se o presidente Lula não especificar no texto qual a rapidez com que devem ser punidos quem comete o crime de corrupção, este projeto dele não vale nem dois mirréis – dispara o senador Pedro Simon (PMDB-RS)

Para o cientista Político Geraldo Tadeu Monteiro, a proposta de Lula é a velha “tentação brasileira de reiventar a roda e usar isso nos programas eleitorais”.

– Tornar a corrupção hedionda não vai impedi-la – defende o cientista. – É preciso medidas de prevenção como a descentralização e a desburocratização.

Ficha Limpa


Entre os projetos que procuram combater à corrupção que permanecerão engavetados pelo menos até o próximo ano está o de iniciativa popular que visa proibir a candidatura de políticos com “ficha suja”. Inconformados com o adiamento da votação, representantes da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil e do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral estiveram quarta-feira na Câmara para entregar ao presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), mais 200 mil assinaturas de cidadãos que apoiam a proposta. Temer afirmou que não conseguiu incluir a proposição na pauta de reunião de líderes na última terça-feira.

A Frente Parlamentar Anticorrupção também esteve com Temer. Os representantes entregaram a ele a lista com os 60 projetos de combate a corrupção que tramitam no Congresso e pediram agilidade nas votações dos mesmos. Segundo o levantamento, 29 já estão prontos para a pauta do plenário.

Apesar de lamentar o adiamento da votação do Ficha Limpa, o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) acredita que a proposta deve ser votada até fevereiro do ano que vem, o que possibilitaria a aprovação das novas regras para o pleito de 2010. E, mesmo que não seja aprovada a tempo, Fruet acredita que já servirá de referência para que as legendas escolham seus candidatos:

– Não tenho falsas esperanças. Não há lei no mundo que impeça a corrupção, mas se tivermos capacidade de construir um texto que que não afronte a constituição, conseguiremos sua aprovação a tempo das eleições.

A lentidão para aprovar projetos que combatem à corrupção não se limita à Câmara. No Senado, Pedro Simon pediu ao presidente José Sarney (PMDB-AP) que seja votado no plenário, antes do recesso parlamentar, um pacote com 20 propostas já aprovadas na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ) que alteram dispositivos da Lei das Inegilibilidades, a Lei Complementar 64/1990. Os projetos, de acordo com o senador, exigem uma vida pregressa ilibada para o exercícios dos mandatos:

– O que a frente anticorrupção da Câmara fez em forma de ato, nós fizemos de forma objetiva.

Em cerimônia, Lula diz que corrupto tem “cara de anjo”

O presidente Lula disse quarta-feira que o projeto de lei do governo tem como objetivo combater a “safadeza” realizada com o dinheiro público no país. Ao discursar em cerimônia comemorativa pelo Dia Internacional Contra a Corrupção, Lula disse que prefere “manchetes de jornais” que denunciam desvios de dinheiro público ao silêncio sobre os crimes, para que o governo possa “combatê-los”.

– Não é a única saída, mas é mais um degrau na escalada de combate à safadeza com dinheiro público nesse país – argumentou Lula. – Pode ser que (o projeto) não resolva, mas se o Congresso aprovar, pelo menos a gente começa a passar à sociedade que não existe a ideia da impunidade.

Lula também mencionou a questão cultural como um dos fatores que impulsionariam a corrupção no país. Segundo o presidente, 90% dos brasileiros acreditam na impunidade de políticos corruptos porque prevalece no Brasil a leitura de que “o cara que rouba pãozinho vai preso, e o que rouba R$ 1 bilhão não vai preso”.

O presidente sugeriu ainda que a administração pública faça um “check-up” anual para tentar identificar ações de corrupção para que a população não seja enganada.

– Acho que o trabalho que estamos fazendo é quase como fazer check-up. O corrupto é o cara que tem a cara mais de anjo, é o que mais fala contra a corrupção, o que mais denuncia, porque acha que não vai ser pego. Esse é o problema da bandidagem, o cara sempre acha que vai dar no outro, ele vai ser impune, só que às vezes a arapuca pega o seu passarinho – explicou o presidente, que também fez uma comparação entre as drogas e a corrupção que lembrou bastante as alegações utilizadas para negar qualquer conhecimento sobre o suposto pagamento do governo a parlamentares da base aliada, o chamado escândalo do mensalão. – Um pai vê na TV um adolescente pego com droga, ele acha que é só o filho dos outros. Às vezes o filho dele está queimando um baseadinho no quarto, e ele não sabe. A corrupção é assim, às vezes está dentro da sua casa e você não sabe.

Lula ainda elogiou o trabalho da Polícia Federal e o Ministério Público pelas ações de combate à corrupção, mas ressaltou que as instituições devem agir “sem exagero”, uma vez que “todo ser humano é inocente até que se prove o contrário”.

– Nós precisamos motivar as pessoas que sabem a denunciar. Porque a punição tem que ser para o corrupto e para o corruptor. A moeda não tem só um lado, ela tem dois – concluiu o presidente.

O ministro da Controladoria-geral da União, Jorge Hage, também defendeu a transformação da corrupção em crime hediondo.

– O projeto de lei torna hediondo o crime de corrupção quando cometido a partir de um determinado nível de autoridades, que gozam de prerrogativas maiores, dispõem de poder decisório maior – justificou Hage. – É um ato da maior relevância que estamos tomando. Para Hage, uma das dificuldades de iniciativas como essa é que elas precisam reverter uma certa “tradição da impunidade” no Brasil.

– A corrupção envolve um corrupto e um corruptor. Por isso é preciso agir dos dois lados. Nesse sentido, passamos a aplicar a lei também contra as empresas corruptoras. Várias delas já foram declaradas inidôneas e, com isso, proibidas de contratar com a administração pública – acrescentou Hage. – O governo brasileiro não se encontra mais nem na acomodação da tolerância, nem na mera lamentação dos males causados pela corrupção. (Com agências)

22:13 - 09/12/2009
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Frente divulga 14 projetos de combate à corrupção que estão prontos para votação e pressiona Câmara

09 de dezembro de 2009

A Frente Parlamentar de Combate à Corrupção divulgou hoje (09/12), em Brasília, a lista de 14 projetos que tratam do tema e que estão prontos para serem votados pelo Plenário da Câmara dos Deputados. O coordenador da Frente, Paulo Rubem Santiago (PDT-PE), e o vice, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), afirmam que a votação depende de concordância do Colégio de Líderes. Ao todo são mais de 60 projetos de parlamentares e do Executivo em tramitação sobre corrupção.

A manifestação recebeu apoio de inúmeras entidades da sociedade civil, como o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), representado por Cristiane Vasconcelos; o presidente da Associação de Magistrados Brasileiros (AMB), Mozart Valadares;’ a Controladoria Geral da União, Marcelo Stopanovski Ribeiro; a Ordem dos Advogados do Brasil do DF, Estefânea Viveiros, entre outros.O deputado Paulo Rubem explicou que a sociedade tem o direito de saber e de cobrar da Câmara quem são os líderes e os partidos que não querem colocar os projetos na pauta de votação. “Nós listamos apenas 14 que, se os líderes acordarem, já podem ser votados e aprovados. Não é fácil ter o apoio do Congresso porque muitos parlamentares têm processos na Justiça e não têm boa vontade com nossas propostas”, analisa. “Por isso, é fundamental contarmos com a sociedade”, acrescenta Biscaia.

FICHA LIMPA – Um dos projetos que já está na pauta é o Ficha Limpa, do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), um projeto de iniciativa popular sobre a vida pregressa dos candidatos, protocolado como PLP 518/09, e encontra-se apensado ao PLP 168/93, pronto para ir ao plenário.O projeto pretende alterar a Lei Complementar nº 64/90, que estabelece casos de inelegibilidade, ou seja, situações que impedem candidaturas de políticos condenados por crimes graves se candidatem.

O MCCE já entregou, há 2 meses, 1,3 milhão de assinaturas em apoio ao projeto e hoje pressionou novamente com mais 200 mil, em audiência com o presidente Michel Temer. No entanto, Temer recebeu a comissão e justificou que o projeto só poderia entrar em pauta em fevereiro de 2010 porque a prioridade é a votação do pré-sal.

Para Antonio Carlos Biscaia, o objetivo do ato político é chamar a atenção dos parlamentares e da sociedade para o fato de que o Parlamento pode colaborar no combate aprovando leis que dificultem a ação dos corruptos e que criminalizem os atos de corrupção.

Fonte: Site do Deputado Paulo Rubem. Veja a lista dos 14 projetos propostos pela Frente Parlamentar de Combate à Corrupção em: http://paulorubem.com.br/frente-divulga-14-projetos-de-combate-a-corrupcao-que-estao-prontos-para-votacao-e-pressiona-camara/
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Do Jornal Nacional - Manifestações pelo Brasil marcam o Dia Mundial de Combate à Corrupção



Quarta-feira, 09/12/2009

Em Brasília, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral reclamou da demora para votar o projeto que impede a candidatura de políticos com ficha suja. Em Florianópolis, estudantes protestaram.

Fonte: http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1173703-7823-MANIFESTACOES+PELO+BRASIL+MARCAM+O+DIA+MUNDIAL+DE+COMBATE+A+CORRUPCAO,00.html
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Do site Terra - Debate sobre corrupção toma conta de pronunciamentos no Senado

09 de dezembro de 2009 • 19h38

Embora conste mais 60 itens na pauta de votação do Senado na sessão de hoje (9), entre eles o protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul, os discursos sobre o combate à corrupção predominaram nessa quarta-feira, Dia Internacional de Combate à Corrupção.

O primeiro a falar sobre o tema foi o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) que elogiou o projeto encaminhado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao Congresso Nacional, que tipifica como hediondo, sem direito a fiança, o crime de corrupção cometido por político ou servidor público.

A proposta eleva para quatro anos a pena mínima para crimes de peculato, concussão e corrupção ativa, além de aumentar a pena para crimes cometidos por autoridades públicas. "De acordo com o presidente Lula, existe na população um sentimento de que somente os pobres vão para a cadeia, enquanto os que roubam milhões ficam impunes", disse o senador petista.
No caso dos crimes de corrupção serem cometidos por prefeitos, governadores, presidentes, parlamentares, vereadores, deputados, senadores ou membros do Ministério Público - juízes e magistrados - a pena seria de oito a 16 anos de prisão. A proposta também acaba com o foro privilegiado para julgamento desses crimes.

O senador lamentou que o processo esteja limitado aos crimes cometidos durante a gestão pública e não contemple os crimes eleitorais. "Passado um ano e pouco das últimas eleições municipais, ainda há casos que não foram devidamente examinados pela Justiça e a impunidade prossegue", considerou.

Já o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) fez um alerta para que o eleitor não vote em políticos que estejam envolvidos em denúncias. Segundo ele, dessa forma, não haverá necessidade de o Congresso Nacional aprovar o projeto de lei de iniciativa popular que impede a candidatura dos chamados "fichas sujas".

O entendimento do senador Pedro Simon (PMDB-RS) foi exatamente ao contrário. Como forma se combater a corrupção, Simon pediu ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que seja votado no Plenário um pacote com propostas que impeça a candidatura dos "fichas sujas".
"Nessa hora tão tumultuada, tão difícil, tão complicada, onde não se sabe mais o que está certo e o que está errado, não se sabe o que fazer e o que não fazer, mais uma vez o Senado vai fazer a sua parte e vai votar um projeto da maior importância e do maior significado no que tange à questão da corrupção", disse Simon.

O senador tucano Álvaro Dias aproveitou a sessão para comparar o chamado "mensalão do DEM" - esquema apurado pela Polícia Federal na Operação Caixa de Pandora que aponta o governador do Distrito Federal José Roberto Arruda como principal articulador com o esquema de financiamento de campanha envolvendo políticos do PT no primeiro mandato do presidente Lula, o conhecido "mensalão do PT".

"Em 2005, embora existissem razões de sobra para manifestações democráticas de protesto, elas não ocorreram, o silêncio prevaleceu, as entidades representativas da sociedade, as mais expressivas, calaram-se. Agora a OAB ingressa com um pedido de impeachment do governador do Distrito Federal. E a OAB faz bem, mas por que não o fez em 2005?", questionou.

Agência Brasil

Fonte: http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4148897-EI306,00-Debate+sobre+corrupcao+toma+conta+de+pronunciamentos+no+Senado.html
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De O Globo - Senado aprova requerimento para votar neste ano pacote que inclui 'ficha suja'

Plantão Publicada em 09/12/2009 às 19h12mO Globo

BRASÍLIA - O Senado aprovou nesta quarta-feira requerimento encaminhado pelo senador Pedro Simon (PMD-RS), solicitando que seja incluída na pauta de votação, ainda neste ano, um pacote com propostas que alteram a Lei das Inelegibilidades.

- Os projetos definem as condições que devem ser exigidas dos candidatos a cargos eletivos e, uma delas, é a exigência de vida pregressa ilibada para o exercício dos mandatos - disse Simon.

Leia a matéria na íntegra em: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/12/09/senado-aprova-requerimento-para-votar-neste-ano-pacote-que-inclui-ficha-suja-915126961.asp
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Do G1 - Mesmo adiado, projeto sobre 'ficha suja' ganha mais 200 mil assinaturas

CNBB critica decisão sobre o tema para 2010, anunciada pela Câmara.Movimento contra candidato 'ficha suja' já tem 1,5 milhão de assinaturas.

Eduardo Bresciani
Do G1, em Brasília

A decisão dos líderes partidários de deixar para 2010 a votação na Casa do projeto de iniciativa popular que visa proibir a candidatura de políticos com “ficha suja” foi criticada nesta quarta-feira (9) pelo secretário-geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Dimas Lara. Ele voltou ao Congresso nesta tarde junto com integrantes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral para entregar mais 200 mil assinaturas de cidadãos favoráveis ao projeto. Ao todo, o movimento já coletou 1,5 milhão de assinaturas.

O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), anunciou que a votação ficou para 2010 por falta de acordo entre os líderes. Ele tentou incluir o tema na pauta na reunião de líderes desta terça-feira (8), mas não houve aceitação. O secretário-geral da CNBB lamentou o fato e disse que o movimento continuará pressionando o Congresso.

"Quanto mais pudermos selecionar os nossos candidatos nas eleições menos preocupações teremos com CPIs e cassações "


“É lamentável, mas o clamor continua alto nas ruas, e nós vamos seguir até que nossos representantes comecem a discutir este projeto”, disse dom Dimas. Ele afirmou ainda que a aprovação do projeto poderia ajudar a evitar o surgimento de novos escândalos na política. “Quanto mais pudermos selecionar os nossos candidatos nas eleições menos preocupações teremos com CPIs e cassações."

O secretário-geral da CNBB acredita que o fato de o projeto ter ficado para o ano eleitoral pode ajudar na sua tramitação. Dom Dimas entende que a população vai acompanhar a votação e vai levar em conta a posição dos parlamentares na hora de decidir seu voto em 2010. Ele destacou que o movimento está à disposição para discutir possíveis alterações na proposta. O texto das entidades prevê a inelegibilidade para políticos condenados em primeira instância. Temer, por exemplo, já declarou que melhor seria proibir apenas quem já foi condenado em decisões colegiadas, que geralmente acontecem somente a partir da segunda instância.

saiba mais
Projeto pede proibição de candidatura de políticos com ficha suja
Presidente da Câmara já sugere mudança em projeto contra 'ficha suja'
Congresso recebe projeto popular para proibir 'ficha suja' nas eleições
CCJ analisa proposta que veta senador com 'ficha suja' no Conselho de Ética

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1409256-5601,00-MESMO+ADIADO+PROJETO+SOBRE+FICHA+SUJA+GANHA+MAIS+MIL+ASSINATURAS.html
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Do blog Política em Debate - Rosinha apoia projeto contra “fichas sujas”

O deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) reafirmou nesta sexta-feira que apoia o projeto de lei complementar que proíbe a candidatura de políticos com “ficha suja”.

Nesta semana, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, formado por 43 entidades da sociedade civil, entregou de mais 200 mil adesões adicionais ao texto de iniciativa popular, que já havia sido protocolado, no último mês de setembro, com 1,3 milhão de assinaturas.

Conforme a legislação brasileira, projetos de iniciativa popular podem ser encaminhados ao Congresso com a adesão mínima de 1% dos eleitores do país.

“Precisamos aperfeiçoar o texto do projeto, mas considero sua aprovação fundamental para que o eleitor deixe de ser enganado nas urnas”, afirma Dr. Rosinha.

Pelo texto original da proposta, condenados em primeira instância em ações movidas pelo Ministério Público ficariam impedidos de disputar as eleições.

As denúncias teriam que ser relacionadas a crimes contra a economia popular, a fé pública, os costumes, a administração pública, além de crimes considerados “graves”, como racismo, homicídio, estupro, tráfico de drogas e pedofilia, entre outros. Parlamentares que renunciassem ao cargo para evitar abertura de processo também ficariam inelegíveis.

Em 2008, apenas no Paraná, foram eleitos 55 candidatos já condenados em alguma instância judicial ou que tiveram as contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas ou pelas Câmaras Municipais quando eram administradores públicos.

Fonte: http://www.bemparana.com.br/politicaemdebate/index.php/2009/12/11/rosinha-apoia-projeto-contra-fichas-sujas/
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Do site Brasília Confidencial - CNBB pressiona por projeto contra candidatos de ficha suja

12/12/2009

A CNBB reforçou ontem a pressão para que a Câmara dos Deputados vote ainda neste ano, ao contrário do que decidiram os líderes partidários, o projeto que pretende proíbir a candidatura de cidadãos com ficha suja na Justiça.

“Precisamos peneirar a qualidade dos futuros políticos já no processo eleitoral, para não termos que punir depois”, disse o secretário-geral da entidade, dom Dimas Barbosa. Pela primeira vez desde que foi tornado público o escândalo do mensalão do DEM, no Distrito Federal, o presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha, se manifestou sobre as denúncias que atingem o governador, José Roberto Arruda; o vice, Paulo Octávio; secretários do governo e, pelo menos, dez parlamentares.“As imagens são eloqüentes, mas necessitam de comprovação. A CNBB entende que as denúncias feitas até agora precisam ser apuradas de forma ágil e transparente.
Se as denúncias forem comprovadas, se torna impossível permanecer no mandato”, disse dom Geraldo Lyrio.

Fonte: http://www.brasiliaconfidencial.inf.br/?p=5836
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Do blog do Moreno - Dom João Aviz pede que parlamentares não se omitam com desqualificados

Rádio do Moreno - 10.12.2009
14h32m
SENADO
Dom João Aviz pede que parlamentares não se omitam com desqualificados

"Lamento que esse projeto não tenha vindo antes do mensalão". A afirmação é do presidente em exercício do Senado, Marconi Perillo, ao comentar hoje o projeto de lei enviado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso, para aumentar a pena de agentes públicos condenados por crime de corrupção.

- Acho boa a iniciativa do presidente, como todas as outras, mas lamento que tenha vindo muito depois. Lamento que não tenha vindo antes do mensalão. Temos aqui no Senado e na Câmara muitos projetos semelhantes ao que foi enviado. Mas repito, não adianta fazer demagogia neste país, é preciso ação concreta e não ação apenas em relação a terceiros, mas em relação aos nossos próprios procedimentos - afirmou Perillo.

O presidente em exercício do Senado falou em entrevista aos jornalistas, ao final da missa de ação de graças, celebrada por dom João Braz de Aviz, por ocasião do encerramento do ano legislativo. Durante a homilia, o celebrante se referiu ao projeto de iniciativa popular que proíbe a candidatura de políticos com "ficha suja". Dom Aviz pediu aos parlamentares que não se omitam diante de um apelo tão transparente para impedir que cidadãos desqualificados representem os brasileiros.

Ao comentar o pedido de dom Aviz, Perillo manifestou otimismo quanto à aprovação de projetos que visem coibir a corrupção.

- Nós temos tramitando no Senado e na Câmara inúmeros projetos que têm como objetivo combater a corrupção. Projetos para endurecer as penas para os crimes de colarinho branco, de corrupção, de prevaricação, de concussão etc. Eu creio que, no início do próximo ano, Senado e Câmara vão se debruçar sobre esses projetos e, com certeza, vamos dar resposta clara à população brasileira em relação aos nossos propósitos e à nossa preocupação em relação à ficha limpa na política - disse o senador.

Na mesma entrevista, Perillo afirmou que o ano de 2009, que começou com dificuldades políticas, termina com um saldo positivo. (Agência Senado)

Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/moreno/posts/2009/12/10/dom-joao-aviz-pede-que-parlamentares-nao-se-omitam-com-desqualificados-248887.asp
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Do jornal Agora: Em Brasília, Simon critica repressão e impunidade

A truculência da Polícia Militar de Brasília contra manifestantes que pediam a renúncia do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, fez ontem o senador Pedro Simon (PMDB-RS), em discurso no Senado, comparar o ataque da cavalaria contra um estudante que estava de joelhos, à repressão do governo chinês contra ato pela democracia na Praça Celestial, em Pequim, em 1989.

Mostrando fotografias dos dois episódios – a de Pequim mostra um cidadão solitário diante de uma coluna de tanques e a de Brasília com o avanço da cavalaria - , Simon disse que “essa foto está correndo o mundo e vai marcar a história da capital do Brasil e da humanidade; com essa brutalidade, o comandante da PM mostrou total despreparo para a função e tem que ser demitido”.

Impunidade – O senador optou por debitar a conta da impunidade ao governo federal. “A origem dessa situação em que vivemos hoje no país, de corrupção generalizada e total impunidade, está no mensalão, que começou na Casa Civil”.

Simon defendeu as manifestações públicas contra a corrupção e destacou que mesmo o projeto de lei de iniciativa popular proibindo candidatos com “ficha suja”, que recolheu mais de um milhão e 300 mil assinaturas, “está na gaveta da Câmara dos Deputados e não é colocado em votação”. Na sua opinião, o pacote do presidente Lula transformando a corrupção em crime hediondo também será inócuo se continuar a impunidade. “Até hoje, o Supremo Tribunal Federal nunca condenou uma autoridade”, lamentou.

Fonte: http://www.jornalagora.com.br/site/index.php?noticia=74888&caderno=23
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Do site Paraíba: Quintans quer apoio da bancada para Campanha Ficha Limpa

03/12/2009 às 11:20

Apelo aos senadores e deputados federais da bancada paraibana no Congresso Nacional foi feita pelo deputado Francisco de Assis Quintans, no Plenário da Assembléia Legislativa, para que eles procurem aderir e apoiar o Projeto de Lei de iniciativa popular denominada Campanha Ficha Limpa, que tem como principal objetivo melhorar o perfil dos candidatos e candidatas a cargos eletivos em todo o país.

A bancada paraibana é composta dos senadores Roberto Cavalcanti Ribeiro, Cícero de Lucena Filho e Efraim Morais e dos deputados federais Armando Abílio, Damião Feliciano, Efraim Filho, Luiz Couto, Major Fábio, Manoel Júnior, Marcondes Gadelha, Rômulo Gouveia, Vital do Rêgo Filho, Wellington Roberto, Wilson Braga e Wilson Santiago.

Ao justificar o seu pedido de apoio aos integrantes da bancada paraibana no Congresso Nacional, o deputado Francisco Quintans diz que a Campanha Filha Limpa foi lançada em abril de 20 com o objetivo de melhorar o perfil dos candidatos e candidatas a cargos eletivos em todo o paós.Para isso, foi elaborado um projeto de leide iniciativa popular sobre a vida pregressa dos candidatos que pretendem tornar mais rígidos os critérios de inelegibilidades, ou seja, de quem não pode se candidatar.

Para se tornar lei, o projeto precisa ser votado e aprovado no Congresso Nacional. A partir daí passará a valer em todas as eleições no Brasil. O projeto foi entregue no dia 29 de setembro ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, juntamente com 1 milhão e 300 mil assinaturas, o que corresponde a participação de 1% do eleitorado brasileiro.

A iniciativa do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) em lançar a campanha, segundo o parlamentar, surgiu de uma necessidade expressa na própria Constituição Federal de 1988, que determina a inclusão deb novos critérios de inelegibilidades, considerando a vida pregressa dos candidatos. Quando for aprovado o projeto de lei vai alterar a Lei Complementar 64, de 18 de maio de 1990, já existente, a chamada Lei das Inelegibilidades.

Fonte: http://www.paraiba.com.br/noticia.shtml?105080
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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Para Michel Temer, projeto da Ficha Limpa só entrará na pauta em 2010

qui, 10/12/2009 - 13:02 — MCCE

Os esforços do Movimento de Combate à Corrupção, para que o Projeto de Lei de iniciativa popular (PLP518/09), da Campanha Ficha Limpa, entre na pauta do Congresso Nacional ainda em 2009 esbarraram na falta de decisão dos líderes partidários. Ontem, durante a entrega de mais de 200 mil assinaturas em favor do PLP, juntamente com uma carta do MCCE, a Michel Temer, o presidente da Câmara afirmou que o projeto só deverá entrar na pauta em 2010. “Neste momento é incogitável. Eu tentei com os líderes, mas não foi possível”, disse, referindo-se à reunião com o colégio de líderes realizada na terça-feira (08/12).

Durante toda a quarta-feira (09/12), Dia Mundial de Combate à Corrupção, o MCCE promoveu ações de mobilização na Câmara dos Deputados. Uma comissão formada por membros do Comitê 9840 de São Paulo, do secretário-geral da CNBB, Dom Dimas Lara, dos diretores do MCCE Jovita José Rosa e Carlos Moura, e da secretária executiva Cristiane Vasconcelos, visitaram os gabinetes das lideranças a quem entregaram uma carta pedindo atenção ao projeto. O MCCE também participou da manifestação da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção, presidida pelo deputado Paulo Rubem Santiago.

O projeto da Campanha Ficha Limpa foi entregue ao Congresso Nacional no dia 29 de setembro, juntamente com 1,3 milhão de assinaturas de eleitores coletadas em todo o país. Hoje, esse número ultrapassa 1,5 milhão de adesões. A Campanha, lançada em abril de 2008, pretende criar critérios mais rígidos de quem não pode se candidatar. Na prática, o projeto terá um papel preventivo, garantindo assim candidaturas idôneas no processo eleitoral. Para apoiar a campanha, os interessados podem visitar o site da iniciativa (http://www.mcce.org.br/) e ter acesso a documentos, vídeos e materiais gráficos sobre o PLP.

Fonte: Assessoria de Comunicação da SE-MCCE.
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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Deputado Antonio Carlos Biscaia discursa no plenário a favor do Projeto Ficha Limpa

Plenário – 08/12/09. Tema: corrupção
dezembro 8, 2009 por marcia

O SR. ANTONIO CARLOS BISCAIA (PT-RJ) (Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, temos assistido, e a Nação brasileira igualmente, estarrecidos e indignados mais um escândalo de corrupção em nosso País. São denúncias gravíssimas que revelam relações promíscuas entre agentes do Poder Público e do setor privado, alcançam a chefia do Poder Executivo do Distrito Federal, uma parcela muito grande do Legislativo, chega ao Tribunal de Contas e, provavelmente, ao Tribunal de Justiça desta unidade federativa.

Os fatos estão provados e comprovados. São gravações e vídeos que configuram provas irrefutáveis e contundentes.

A operação da Polícia Federal intitulada Caixa de Pandora envolve a administração do DEM e mostra que o esquema vem de longa data, de Governos anteriores. Esse escândalo, de proporções inimagináveis e de comprovação inquestionável, demonstra que os processos de corrupção contaminam todos os partidos e alcançam todas as instituições.

No caso presente, não há justificativa válida. A prova é inquestionável. Não sei o que ainda aguardam essas autoridades antes de renunciar a seus cargos. É isso que todos esperam.

Essas práticas criminosas de caixa dois e de financiamento privado de campanha já contaminaram o Partido dos Trabalhadores, o PSDB em Minas Gerais e agora o DEM aqui no Distrito Federal. E alcança, sem dúvida, os demais partidos.

Temos que acabar com essa hipocrisia. O caixa dois é crime! Financiamento privado com comprometimento posterior para o exercício do mandato, da mesma maneira. Não é justificativa válida alegar que se trata de recurso para despesas eleitorais. Caixa 2 é uma prática das empresas. É sonegação! É crime! E essa prática se estende hoje ao processo eleitoral. Esta Casa não tem reagido à altura porque a reforma eleitoral aprovada foi uma reforma pífia.

Amanhã, Sr. Presidente, estaremos comemorando o Dia Internacional de Combate à Corrupção. É muito importante que, neste momento, todos os Parlamentares desta Casa se conscientizem da importância de um firme enfrentamento a essa prática, que, além de contaminar as instituições, retira recursos da Saúde, da Educação — aqueles que são essenciais à cidadania.

Nessa linha, amanhã — os Líderes estão reunidos agora — seria importante incluir na pauta o Projeto de Lei Complementar nº 518/09. Ficha limpa! Vamos incluí-lo na pauta e votá-lo! A CNBB e o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral conseguiram 1 milhão e 300 mil assinaturas em todo o País! Esse é o sentimento da sociedade brasileira.

Compete a nós, representantes, incluir a matéria na pauta e aprová-la rapidamente. Seria um gesto do Congresso Nacional e da Câmara dos Deputados, demonstrando estarem engajados no combate à corrupção de forma muito real e efetiva.

Fonte: Site do deputado - http://www.biscaia.com.br/site/mandato/discursos/plenario-%E2%80%93-081209-tema-corrupcao
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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Comitê 9840 de Guarabira - PB no Dia Mundial de Combate à Corrupção

Olá Companheiros
Quarta - feira dia 09/12 - dia internacional de combate a corrupção, nós do comitê 9840 de Guarabira - PB, estaremos participando na cidade de João Pessoa, capital da Paraíba, (situada a 120 km do município de Guarabira), da feira de combate a corrupção, organizada pelo FOCCO - Fórum de combate a corrupção. Estaremos lá com um estande, vestindo a camisa da campanha ficha limpa e coletando assinaturas para enviar ao congresso nacional como estratégia de mobilização e adesão da população ao projeto de lei 518/09

abraços
Laura

Enviado por Laura Laureano, do Comitê 9840 de Guarabira - PB
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Artigo - Dia Mundial de Combate à Corrupção

Por Lucrécia Anchieschi

A palavra corrupção deriva do latim “corruptus” que quer dizer quebrado em pedaços, apodrecido. Sua gigantesca abrangência acarreta o descrédito nas instituições públicas, corrói as entranhas das grandes e pequenas instituições e provoca o enfraquecimento dos valores morais. O avanço da corrupção contribui para o aumento da pobreza e causa impacto negativo nas relações comerciais.

Acabar com a corrupção no mundo é prioridade da Agenda Internacional, através da celebração de acordos multilaterais, com o propósito de desenvolver instrumentos que abranjam a prevenção, a criminalização, a cooperação internacional e a recuperação de ativos.
Na 81ª. Plenária da Assembléia Geral das Nações Unidas em 4 de dezembro de 2.000 reconheceu-se a importância e necessidade de um instrumento jurídico internacionalmente vinculante contra a corrupção. Decidiu-se estabelecer um Comitê “ad hoc” aberto a todos os Países, com a tarefa de elaborarem o texto de um instrumento jurídico que considerasse a criminalização de todas as formas de corrupção, cooperação internacional, aspectos regulamentares da corrupção e sua relação com a lavagem de dinheiro.

Após análise e aprovação dos documentos produzidos, deu-se a assinatura da “Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção” na Cidade de Mérida no México no dia 9 de dezembro de 2.003.

No Brasil, a Convenção da ONU Contra a Corrupção foi ratificada pelo Decreto Legislativo no. 348 de 18 de maio de 2.005 e promulgada pelo Decreto Presidencial no. 5.687 de 31 de janeiro de 2.006.

O maior e mais completo instrumento global e juridicamente vinculante contra a corrupção, tratou de diversos aspectos do tema, fundamentados em: Medidas Preventivas; Criminalização e Aplicação da Lei; Cooperação Internacional e Recuperação de Ativos.

. Adoção de Medidas Preventivas objetivando promover a integridade, a transparência e a governança no setor público e privado, mediante: políticas e práticas de prevenção; códigos de conduta para funcionários; promoção da transparência pública; medidas para assegurar a independência do Poder Judiciário e do Ministério Público; fomento da participação da sociedade; prevenção à lavagem de dinheiro; etc.

. Na Criminalização e Aplicação da Lei propõe adoção de medidas legislativas que tipifiquem os variados atos de corrupção e estabeleçam normas objetivando garantir a aplicação da Lei, a fim de assegurar a eficácia no combate à mesma.

. A Cooperação Internacional – tanto na prevenção como no combate à corrupção, tais como na investigação e na punição de transgressores, abrangendo:
- extradição;
- translado de pessoas condenadas a cumprir pena;
- assistência jurídica recíproca;
- transferência de procedimentos criminais de investigação;
- investigações conjuntas.

. A Recuperação de Ativos resultantes de atos de corrupção é questão essencial na luta contra os seus efeitos. A Convenção trata de medidas e detecção de transferência de produtos de delito e medidas para recuperação de ativos. (Substrato: “Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção” – CGU, Brasília, 2.008 www.cgu.gov.br/onu)

Apoio:

http://www.policidadania.org.br/ http://www.mcce.org.br/
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Editorial do Diário do Grande ABC - Ficha Limpa é a solução

02/12/09

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou ontem do Congresso Nacional a aprovação da reforma política e do financiamento público das campanhas para evitar crimes eleitorais. Acredita ele que grande parte dos problemas que acontecem envolve a questão da estrutura partidária e que somente a reforma poderá evitar escândalos como o que atinge o governo do Distrito Federal.

José Roberto Arruda (DEM) vem sendo investigado pela Polícia Federal por supostamente ter recebido dinheiro não declarado de empresas privadas para sua campanha, em 2006. Acredita mesmo o presidente que a tal reforma será capaz de inibir e/ou coibir as maracutaias existentes na engrenagem política deste País? O que ocorre hoje com o democrata Arruda remete a um passado não tão distante, quando estourou no Brasil o escândalo do Mensalão. Hoje, o dinheiro
é escondido na meia; anos atrás foi na cueca.

Desde 1986 discutem-se propostas, mas a morosidade faz crer que não haverá novidades. Em 2010, o Brasil terá olhos e atenção voltados para Copa do Mundo de futebol e eleições. E, embora o pleito seja apenas em outubro, em ano de votação as administrações param e tudo gira em torno das campanhas e da busca por votos. Todo o resto fica para depois, bem depois.

Tida como salvadora, a reforma política não será capaz de mudar caráter, honestidade e integridade de quem almeja cargos eletivos com o único propósito de desviar dinheiro público, enriquecer de maneira sórdida e enfiar dinheiro de outrem no bolso.

Vale mais o povo brasileiro exigir ficha limpa dos candidatos, só podendo concorrer quem não tem nada que o desabone, nem mesmo cheque voador na praça. Se a Justiça Eleitoral determinar isso, poucos estarão concorrendo em 2010, mas estaremos livres
dos maus políticos.

Da Folha de São Paulo - Projetos do pré-sal devem adiar votação da proposta sobre candidatos com "ficha suja"

08/12/2009 - 14h39

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Em meio à pressão popular para a votação do projeto que proíbe a candidatura de políticos com "ficha suja" nas eleições, a Câmara caminha para deixar para o ano que vem a discussão da proposta. Apesar das recentes denúncias de corrupção no governo do Distrito Federal, os deputados admitem nos bastidores que não haverá tempo para a votação da matéria porque a Casa vai priorizar no final deste ano a votação dos projetos do pré-sal.

O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), disse hoje aos líderes partidários que gostaria de encontrar uma "brecha" na pauta da Casa para votar o projeto dos "ficha sujas".

Os governistas, porém, afirmam que a prioridade da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é garantir a votação dos projetos do pré-sal até o final deste ano. Como não há acordo com o DEM para a análise dos projetos do pré-sal, o tema deve dominar as discussões na Casa nas próximas duas semanas.

"Estamos sempre abertos a votar um projeto que melhore a democracia, mas o governo tem uma grande prioridade nacional [o pré-sal]", disse o líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS).

O líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO), disse que os governistas não estão dispostos a mudar a pauta da Casa para discutir outras matérias diferentes daquelas que compõem o pacote do pré-sal.

"Esse projeto [ficha suja] foi citado pelo presidente durante a reunião de líderes. Mas o que colocaram é que não querem sair da pauta do pré-sal", afirmou o democrata.

Projeto

No final de setembro, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral entregou à Câmara o projeto de iniciativa popular que estabelece a "ficha limpa" para os candidatos que disputam cargos públicos.

O movimento reuniu 1,3 milhão de assinaturas favoráveis à proposta. Pela legislação brasileira, projetos de iniciativa popular só podem ser encaminhados ao Congresso com a adesão mínima de 1% da população brasileira --o que equivale ao mínimo de 1,3 milhão de assinaturas.

O projeto determina a inclusão, na legislação brasileira, de novos critérios para a inelegibilidade de candidatos --como a sua vida pregressa.

Pelo texto, pessoas condenadas em primeira ou única instância ou com denúncias recebidas por um tribunal relacionadas a crimes graves ficariam impedidos de disputar as eleições. Entre os crimes graves estão listados racismo, homicídio, estupro, tráfico de drogas e desvio de verbas públicas.

Também ficariam impedidos de entrar na disputa parlamentares que renunciaram aos cargos para evitar a abertura de processos por quebra de decoro parlamentar, assim como pessoas condenadas em representações por compra de votos ou uso eleitoral da máquina administrativa.

O projeto ainda sugere a extensão do período que impede as candidaturas "ficha suja", que passaria a ser de oito anos, e torna mas rápidos os processos judiciais relacionados a abuso de poder nas eleições.

O movimento contra o "ficha suja" promete fazer uma nova mobilização amanhã na Câmara na tentativa de colocar a matéria em pauta este ano --motivado pelas denúncias contra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM).

O recesso parlamentar do Congresso Nacional tem início no dia 23 de dezembro. Como não há perspectiva de convocação extraordinária dos parlamentares, o tema será analisado somente em 2010 se não entrar na pauta da Casa nas próximas duas semanas.
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De O Globo - Projeto da 'Ficha Limpa' deve ser votado em fevereiro, diz Temer

O Globo; Agência Câmara

BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Michel Temer, afirmou nesta terça-feira que a votação do projeto "Ficha Limpa" deve ficar para fevereiro de 2010. Apesar de apoiar o projeto, Temer admitiu que não será possível votar agora por causa da discussão sobre o sistema de partilha de produção do petróleo do pré-sal, que deve ser votado na Casa nesta semana.

Entregue no dia 29 de setembro, com 1,3 milhão de assinaturas...

Leia a matéria na íntegra em: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/12/08/projeto-da-ficha-limpa-deve-ser-votado-em-fevereiro-diz-temer-915110444.asp

Do Valor - TSE pode obrigar certidões negativas em eleições

07/12/2009 - 09h37

BRASÍLIA - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deverá aprovar uma nova norma para as eleições de 2010 determinando a publicidade de todas as certidões necessárias para que os políticos se tornem candidatos. Ao se candidatar, os políticos têm que apresentar certidões negativas de condenação criminal, a declaração de imposto de renda e uma certidão cível para os casos de eventual processo por improbidade administrativa.

Hoje, mesmo se tiverem sofrido condenações criminais, os políticos não sofrem objeções formais às suas candidaturas. Com isso, a apresentação de certidões é algo meramente formal para a Justiça Eleitoral. O político apresenta os seus dados e eles ficam registrados nos tribunais eleitorais. O presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Britto, quer mudar essa prática. A ideia dele é divulgar todas essas certidões na internet para que os eleitores tenham mais informações a respeito do perfil dos candidatos. Para o ministro, a divulgação ajudaria os eleitores a obter mais dados sobre os políticos e, com isso, votar de maneira mais consciente. " É impressionante o número de casos de corrupção que aparecem no Brasil e nos colocam sob alerta " , disse Britto, durante debate sobre corrupção, na sexta-feira. " Mas, nem tudo está perdido. Nós votamos a cada dois anos " , continuou ele, referindo-se ao intervalo entre as eleições municipais e as presidenciais. " E isso é um processo de educação em concreto. "

Para Britto, a divulgação dessas certidões dos políticos deveria ficar prevista nas resoluções do TSE que regulam as eleições. Essas regras estão sendo discutidas neste mês para serem aprovadas até o início de março. Na quarta-feira, o TSE definiu as regras para a propaganda política em vários meios de comunicação, como rádio, TV, jornais, revistas impressas e internet. Na sexta-feira, o tribunal discutiu o sistema de votação eletrônico.

No dia 14, será a vez de o TSE debater a divulgação de certidões para os políticos. Em outras ocasiões, o tribunal adotou uma postura cautelosa com relação à publicização de informações dos políticos. Em 2008, o TSE discutiu a possibilidade de divulgar uma lista dos políticos que respondem a processos na Justiça. Na ocasião, Britto foi favorável à divulgação, mas acabou vencido. Em seguida, entidades representativas de juízes, procuradores e líderes religiosos, como as associações Brasileira dos Magistrados (AMB), dos Juízes Federais (Ajufe), dos Membros do Ministério Público (Conamp), dos Procuradores da República (ANPR) e a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) a proibição da candidatura de políticos que sofreram condenações na Justiça.

Em agosto de 2008, o STF negou o pedido, por nove votos a dois, e novamente o ministro Britto ficou vencido. Agora, no entanto, o caso é diferente, pois o presidente do TSE não pretende impor, como condição para a candidatura, que o político tenha " ficha limpa " . Ele quer apenas divulgar a ficha do político na internet para que o eleitor possa se informar melhor a respeito dos candidatos. Esse debate terá início no dia 14 e a votação final, no TSE, deverá ocorrer no início de março. (Juliano Basile | Valor)
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Da Folha de São Paulo - Painel

São Paulo, sábado, 05 de dezembro de 2009
Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Ficha limpa 1. Até ontem, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral contava 200 mil novas assinaturas -que se somam a 1,3 milhão da primeira temporada de coleta - para levar a Brasília nesta quarta, Dia Internacional contra a Corrupção.

Ficha limpa 2. Durante dois dias, integrantes do movimento se reunirão com líderes partidários para pressionar a Câmara a votar projeto de iniciativa popular que barra a candidatura de quem tem condenação judicial, mesmo que em primeira instância.
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Evento - Dia Internacional Contra a Corrupção

Dia Internacional Contra a Corrupção (9/dez - 13h30) (EACH)

Dia Internacional Contra a Corrupção
Data: 09/12/2009 - 4a. feira
Horário: 13h30 - 18h00
Local: EACH-USP - Auditório Azul

Programação:

Solenidade de abertura
Entrega de prêmios para os vencedores dos concursos de monografia e desenho promovidos pela Controladoria Geral da União (ano 2009)

Painéis:

"Ética e Corrupção na Administração Pública Brasileira Contemporânea" - Prof. Dr. Wagner Iglecias - Curso de Graduação em Gestão de Políticas Públicas - EACH-USP

"Ações da Polícia Federal na Prevenção e Combate à Corrupção" - Dr. Leandro Daiello Coimbra - Superintendente Regional da Polícia Federal no Estado de São Paulo

"Ações do Ministério Público Federal na Prevenção e Combate à Corrupção" - Dra. Adriana Scordamaglia - Procuradora-Chefe da Procuradoria da República no Estado de São Paulo

"Ações da Controladoria Geral da União na Prevenção e Combate à Corrupção" - Dr. Nivaldo Germano - Chefe da Controladoria Geral da União no Estado de São Paulo

Realização: Controladoria Geral da União - Governo Federal

Parceria: Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de SãoPaulo

Apoio: Ministério Público Federal, Polícia Federal e Receita Federal

Confirmar presença pelo e-mail cgusp-nap@cgu.gov.br até 04/12/09.
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No Facebook - Assunto: Reforçar a Campanha Ficha Limpa

Pessoal, a Campanha Ficha Limpa segue firme.

No total foram conquistadas perto de 1,5 milhão de assinaturas. E o número poderia ser bem maior se não houvéssemos suspendido a coleta após o alcance do número legal (1% do eleitorado). Estamos agora lutando para levar o projeto a Plenário, o que nao foi possível em virtude da resistência de parlamentares influentes. Então o caso é falarmos com o maior número possível de deputados, inclusive pessoalmente.

O impacto da visita de um grupo de cidadãos em plena base eleitoral do parlamentar é muito grande. Somos mais de duas mil pessoas apenas nesta comunidade.

Se agirmos de forma coordenada podemos causar um grande impacto.Em breve apresentarei novas sugestões sobre o assunto.

Abraços,

Márlon Reis
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Artigo - Fichas sujas e bafômetros

Dias atrás fiz um texto tentando colaborar para que se possa saber quem tem ficha suja ou é cúmplice de quem tem, pela reação de cada um diante do movimento contra sua eleição.
Coloco o artigo à disposição da Campanha, em anexo.
Jequié, 07/12/09 + Cristiano Krapf, Bispo de Jequié BA http://www.domcristiano.com.br/
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Fichas Sujas e Bafômetros

A lei seca e a iniciativa popular de lei contra candidatos de ficha suja
Leis precisam ser boas e protegidas por sanções adequadas e aplicáveis. Quem tem medo do bafômetro e da lei contra fichas sujas?

Se no Brasil existem pessoas que fazem coisas erradas, não é por falta de leis. Muitos só respeitam leis por medo de castigos. È por isso que o legislador estabelece punições ao infrator. Tais punições impedem infrações na medida da probabilidade de serem descobertas e punidas. Muitos transgressores contam com impunidade, o pior inimigo das leis, da ordem e do progresso.

O poder policial tem por missão tentar impedir transgressões e aplicar punições aos transgressores, entregando casos mais graves ao poder judiciário para julgamento de acordo com a letra e o sentido das leis.

Advogados defendem os direitos dos seus clientes. Têm razões para isso, mas muitos procuram apenas descobrir as brechas na letra da lei, em vez de apoiar a justiça na defesa do bem comum.

A lei seca procura evitar acidentes causados por bebida. O bafômetro serve para provar infrações. Bebedores querem tirar o fôlego do bafômetro, alegando que não podem ser obrigados a fornecer provas contra si mesmo.

Por outro lado, o bafômetro também oferece provas na defesa de quem não bebeu. Você consegue adivinhar quem é que vai querer fugir do bafômetro? Será que a recusa do bafômetro não é prova suficiente para saber que o bebum bebeu?

A iniciativa popular que tenta impedir a candidatura de políticos de ficha suja tem a força de 1 300 000 assinaturas. Mas só entra em vigor se for aprovada pelos Senadores e Deputados Federais. Sabe quem vai falar e votar contra essa lei ou tentar introduzir restrições que tiram sua força e abrem brechas do tamanho da morosidade da justiça no julgamento de casos que envolvem poder e dinheiro?

Para o bom entendedor, a conclusão: Ver os votos e ouvir os argumentos dos seus representantes em Brasília. Argumentos são fabricados de acordo com interesses. O poder da propaganda pesa. Dinheiro dá poder, e poder dá dinheiro.

Se candidatos pendurados na justiça não forem impedidos por lei, você ainda tem a solução: não votar em corruptos e seus amigos. Como saber quem são? Conhece os candidatos? Sabe quem merece seu voto? Com a exclusão de candidatos suspeitos, a justiça poderá separar o joio do trigo e facilitar a eleição de candidatos melhores, diminuindo a desconfiança geral contra políticos e cortando a corrupção pela raiz.
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Da Rádio Câmara - Frente promove ato pela aprovação de projetos anticorrupção

07/12/2009 18:33

A Frente Parlamentar Anticorrupção promove na quarta-feira (9), Dia Mundial de Combate à Corrupção, um ato pela aprovação de 66 propostas relacionadas ao tema. São projetos que estabelecem, por exemplo, punição mais rigorosa para os crimes praticados por detentores de mandato eletivo, maior transparência na gestão pública e exigência de ficha limpa para os candidatos a eleição. O ato está marcado para as 16 horas, no anexo 2 da Câmara.

Para o coordenador da frente, deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE), as recentes denúncias envolvendo o governador do Distrito Federal reforçam a necessidade de a Câmara votar essas propostas para dar uma resposta à sociedade. "Há um sentimento de impunidade. Governadores, secretários, prefeitos, vereadores, pessoas que já passaram pelo primeiro escalão da administração federal estão acostumadas, pelo que nós vimos, a praticarem atos de corrupção porque sabem que, quando apoiadas por bons escritórios de advocacia, os processos vão sendo empurrados com a barriga e, muitas vezes, não há uma condenação efetiva."

Ficha limpa

O deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), que também integra a Frente Parlamentar Anticorrupção, aponta o chamado projeto Ficha Limpa (PLP 518/09) como um dos mais importantes a serem votados. A proposta impede o registro da candidatura de pessoas condenadas em primeira ou única instância ou com denúncia recebida por um tribunal em virtude de crimes de desvio de verbas públicas, homicídio, estupro, racismo e tráfico de drogas.

Segundo o projeto, os políticos que renunciaram a cargos eletivos para fugir da cassação dos mandatos e pessoas condenadas por compra de voto também não poderão se candidatar.

Biscaia disse que, se a proposta for aprovada neste ano ou no primeiro semestre de 2010, poderá valer para as eleições do ano que vem. "Desde que ela seja votada, aprovada e sancionada antes das convenções partidárias que, em regra, são realizadas no mês de junho do ano da eleição."

O Projeto Ficha Limpa recebeu o apoio de 1,3 milhão de brasileiros, por meio de abaixo-assinado. Desde a apresentação do texto na Câmara, em setembro, outras 100 mil assinaturas foram recolhidas e serão apresentadas aos parlamentares durante o ato desta quarta-feira.

O ato tem o apoio de entidades como a Controladoria-Geral da União (CGU), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Sindicato dos Auditores Fiscais (Sinprofaz).

Conheça as propostas de combate à corrupção que tramitam na Câmara.

Reportagem - Geórgia Moraes/Rádio Câmara
Edição - Pierre Triboli
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