Dezoito pessoas de 10 nacionalidades diferentes compõem a equipe do site Avaaz.org, que significa “voz” em diversas línguas asiáticas, européias e do Oriente Médio. O grupo mobiliza 4 milhões de pessoas, em sua maioria não envolvida com atividades políticas, em torno de causas globais, como preservação ambiental, ou locais, como a campanha “Ficha Limpa”. No Brasil, são mais de 200 mil pessoas virtualmente engajadas e estimuladas a pressionar o Congresso a aprovar o projeto de lei que pretende tornar inelegíveis candidatos que respondam a processos na Justiça.
A socióloga paulista Graziela Tanaka, de 30 anos, é a coordenadora do site no Brasil. “Na primeira etapa da campanha Ficha Limpa, logo quando o projeto foi enviado à Câmara (setembro de 2009), nós enviamos mensagens para todos os deputados pedindo apoio à lei. Na segunda etapa, 26 mil pessoas assinaram a petição apoiando a causa em uma semana”, conta. Esses 26 mil cidadãos “com sensibilidade social”, como ela define, repassaram os chamados “alertas” do Avaaz sobre o “Ficha Limpa” para outras 112 mil pessoas por emai
No próximo dia 17 de março, o deputado Índio da Costa, relator do projeto, deve apresentar seu parecer sobre o texto original, que deverá sofrer adaptações, ao presidente da Câmara, o deputado Michel Temer. Neste dia, Graziela pretende realizar uma ação presencial. “Vamos levar a campanha para as ruas. A ferramenta online é importante porque pessoas de outras cidades podem participar à distância. Mas em Brasília, esse grupo estará representado”, afirma.
O Avaaz é a primeira rede de mobilização online em escala global, segundo Graziela. A coordenadora faz parte da equipe desde sua criação, em janeiro de 2007, pelos mesmos fundadores do MoveOn.org, nos Estados Unidos. Graziela, que recebe salário para se dedicar em período integral ao site, trabalhou em organizações não-governamentais em Nova York de 2002 a 2004. “O Brasil se tornou um país estratégico para o Avaaz não só pelo número de pessoas online, mas também pela internacionalização de questões políticas, especialmente o meio ambiente”, diz. No Brasil, a preocupação com corrupção por parte dos associados aparece em quinto lugar nas pesquisas do site, atrás de mudança climática, direitos humanos, movimentos democráticos e guerra e paz.
Nas redes sociais
O Ning - plataforma que permite que qualquer internauta crie sua própria rede social, por temas - também tem uma comunidade de apoio ao "Ficha Limpa". No site é possível criar blogs, grupos, forúns de discussão, divulgar noticias, fotos e vídeos sobre o assunto. São 256 membros, que participam da "Campanha para um governo melhor", como diz a descrição do grupo.
"Nossa comunidade apóia diversos grupos ligados a essa grande empreitada. A ideia é divulgar tudo que há de melhor e denunciar tudo o que há de pior sugerindo ações concretas, tomando iniciativas, participando", afirma a criadora da rede, Simone Palma, na apresentação da comunidade.
O projeto também tem adeptos nas redes sociais mais populares do mundo. No Facebook, mais de 4 mil pessoas são “fãs” do movimento virtual liderado pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral. A comunidade tem 15 tópicos de discussão, em que os integrantes debatem o “Ficha Limpa” e, principalmente, se organizam para a ação no mundo real. No Orkut, ao menos seis comunidades levam o nome do projeto, totalizando mais de 4 mil pessoas. No Twitter, 2 mil pessoas seguem as notícias sobre o movimento atrávés do @fichalimpa.
Saiba mais sobre Ficha Limpa
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